A Morte de Stalin (The Death of Stalin – 2018)

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Mais uma produção que adapta importantes momentos da história política mundial. Novamente, é a vez do regime de Josef Stalin, secretário-geral da antiga União Soviética, ser pauta. Entretanto, o diferencial da nova produção é que a trama se passa no contexto da morte do líder do Partido Comunista e da disputa pelo poder que ocorre em consequência.

Armando Iannucci (Veep) na direção. No elenco principal, estão Jeffrey Tambor (Transparent), Steve Buscemi (Fargo e Cães de Aluguel), Simon Russell Beale (A Dance to the Music of Time), Steve Buscemi, Jason Isaacs (saga Harry Potter), Olga Kurylenko (Quantum of Solace), entre outros. Adrian McLoughlin interpreta Stalin.

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Grande parte do filme se passa no contexto do velório de Stalin

Por mais estranho que isso possa soar, o filme é divertido. Essa é uma das formas que Iannucci optou para não deixar a extrema gravidade dos atos soviéticos em primeiro plano. E o absurdo das situações é um dos pontos responsáveis pelas gargalhadas do público nos cinemas. É tudo tão violento, tão sem noção, tão desnecessário, que chega a ser risível. São retratados, sobretudo, o medo e a paranoia constantes que dominam a todos.

A fotografia de Zac Nicholson é de alta qualidade, e uso do vermelho (cor que representa o comunismo) é extremamente lindo e simbólico. O figurino, sob responsabilidade de Suzie Harman, entrega com maestria as vestimentas da URSS. A escolha dos atores também acertou em cheio.

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As reuniões e votações do Comitê Central da URSS são constantemente retratadas na produção. A sede de poder é enorme

A Morte de Stalin é uma produção de qualidade, mas não é indicada para todos. Extremamente denso, não é um filme para ser visto com função de apenas passar o tempo – muito menos por quem está com sono. O espectador que se sente demasiadamente tocado pelas barbaridades soviéticas deve chegar preparado, pois é um longa-metragem que toca até no estômago.

A constante disputa pelo poder mostra para o espectador o quão horrendamente se sucedeu o governo soviético. Ao contrário do que muitos pensam, o stalinismo, apesar de ter importância, teve características que vão muito além das noções de humanidade. É triste sair da sala de cinema pensando que, infelizmente, a realidade atual não está tão diferente assim na atual Rússia.

Sobre Deborah Novais

Eterna perdida nos próprios pensamentos e sonhos, que ainda acredita em um mundo melhor. Louca que escolheu o Jornalismo como forma de ganhar a vida, mas nutre por ele sentimentos conflitantes. O amor pelas diversas formas de arte a acompanha desde que se entende por gente. Não troca Netflix, cinema, shows e teatro por quase nada.
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