Fora do cinema – A Culpa é das Estrelas (John Green)

Olá! Meu nome é Marina e eu escrevo sobre livros no meu blog, “O Mundo da Marina”. Estou aqui fazendo uma participação a convite da Aysla e do Vina pra resenhar mais um dos best-sellers que estão sendo adaptados para o cinema atualmente: “A Culpa é das Estrelas”.

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“A Culpa é das Estrelas” narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer – a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas.

Bom, eu só tinha lido um livro do John Green antes desse, o “Cidades de Papel”, e depois dele vou confessar que fiquei tão desapontada que não queria ler mais nada do autor. Pensei comigo que tinha tempo que não lia nada tão besta, então a Aysla me contatou sobre este livro de hoje. Resolvi pegar pra ler e minha experiência foi bem menos traumática. Antes de ler, me perguntei muitas vezes qual era o motivo da histeria em torno dele, e agora tenho uma resposta.

Bom, a história em si é de um daqueles típicos dramas para adolescentes (Nicholas Sparks deve estar orgulhoso da escola que parece sucedê-lo), em que tudo vai dando errado e todas as personagens se comportam em um misto de incrível maturidade e incrível imaturidade. A narrativa de Green é clara, dá pra entender direito e sem maiores problemas, mas a história em si é bem absurda. Deixemos de lado o comportamento dessas crianças, que por suas doenças parecem ser desculpadas de muitas coisas pelos pais, e ainda assim o livro parece um apanhado de situações fantásticas que jamais aconteceriam. Histórias assim – que aparentam acontecer na nossa realidade, mas que têm tanta fantasia que mal dá pra acreditar – não me agradam nem um pouco. Sem contar como tudo é previsível: de ler o enredo você já tem uma ideia de como vai acabar, e sabe que vai ser no melhor estilo choradeira.

As personagens também não conseguiram chamar minha atenção: Hazel pode botar banca de durona, levando a vida com suposta coragem e sendo ligeiramente estoica em relação à sua doença, mas é irreal e se comporta como uma menininha chorona em diversos momentos – nem estou falando dos realmente difíceis, mas dos que requereriam a maturidade que o autor quer nos fazer crer que ela tem. Augustos virou o sonho de consumo de diversas meninas adolescentes, mas eu não consegui achar nada demais nele. Não passa de um menino imaturo e irresponsável, que coloca a namorada acima da própria saúde e que não respeita o sofrimento dos próprios pais. A personagem secundária de que mais gostei foi a mais odiada pelos fãs do livro: Peter van Houter, o autor do livro preferido de Hazel, que diz para a menina umas verdades doídas, que eu acho que os leitores não gostaram de ver. Pena, pois é a personagem com mais possibilidade de ser real dentro de uma história quase que completamente desprovida de realidade.

O livro não é um total desperdício, no entanto. Tem lá suas passagens mais divertidas e engraçadinhas, e em alguns momentos achei bem bonito o amor adolescente de Gus e Hazel. Com certeza é melhor do que o primeiro que li do autor, mas ainda assim, nenhuma obra prima. Não desmereço a função que exerceu para a literatura no geral – muita gente pegou, pela leitura, gosto através deste livro – mas digo logo que não é a melhor coisa que ninguém vai ler na vida. Recomendo pra quem gosta de livros “de chorar”, apesar de eu não ter derramado nenhuma lagriminha, e pra quem gosta de romances adolescentes.

E é isso aí, gente! Espero que vocês tenham gostado! Muito obrigada Ayslalinda e Vina, pela oportunidade! Um beijo para todos e até uma próxima!

Sobre Vina

Publicitário frustrado, editor, cinegrafista, assistente e sonhador. Cinema é algo que não se entende completamente. Sempre se estuda.
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8 respostas para Fora do cinema – A Culpa é das Estrelas (John Green)

  1. Aysla disse:

    Aaaamei! Vc é muito boa! E por sua resenha vi que não é o tipo de leitura que aprecio. Que bom, não perderei meu tempo! Que nossa parceria seja duradoura!

  2. Pingback: "O mundo da Marina" no "Aquela Velha Onda"

  3. Larissa Rehem disse:

    Ótima resenha Ninna!
    Não li esse livro porque, apesar de ter ficado com vontade – já que todos comentavam sobre -, eu não estou a fim de ficar chorando com uma estória.
    Prefiro aquelas que nos deixam com o astral lá em cima… com alguma exceções. Mas o fato é que não tô querendo ficar chorando por agora.
    Quem sabe num futuro?
    hehehe

    Beijinhos, amei a resenha.

  4. Oi, Nina.
    Tinha que vir aqui conferir sua resenha desse livro e fiquei feliz em saber que compartilhamos da mesma opinião. Quando digo que não gostei do livro, que achei previsível e que os personagens não me cativaram, sinto que as pessoas querem me bater!! hehehe
    Beijos
    Camis

    • marinafaedda disse:

      Camis! Que bom ver que seu TCC finalmente te deu um descanso! Pois é, eu não gostei nem um pouquinho do livro, e até lembrei que, na sua resenha, você tinha uma opinião parecida com a minha! Fico feliz, pq achei que era a excluída dessa onda! rss!

      Um beijo!

  5. Pingback: Retrospectiva Literária de 2014 - O Mundo da Marina

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