Li uma entrevista com o Bryan Cranston na revista Preview. Nela ele comenta “É a melhor fase da minha vida. Tenho 56 anos de idade. Meu objetivo quando tinha 23 anos e queria ser ator era conseguir viver disso.” Depois completa “Chegar a um ponto em que posso falar não a um projeto e poder dizer sim a coisas como Argo é uma posição rara.”
Achei essas duas frases muito interessantes. Primeiro porque achei fascinante a ideia de um artista que só foi reconhecido aos 56 anos. Cranston começou sua longa carreira em 1980. Como a maioria dos atores desse nosso mundo cruel, aceitou qualquer papel que conseguisse. É uma profissão difícil e complicada, com pouca entrada de renda e sem segurança nenhuma.
Afinal, tem gente que aceita fazer filmes como Carnotauro, Crespúsculo, Resident Evil e Mega Shark vs Giant Octopus. São pessoas tentando pagar aluguel, comida das crianças e todo esse inferno ao qual nos submetemos.
Cranston só foi sentir o que é a fama em 2000 com a série Malcolm, interpretando o pai do protagonista. Depois disso, sumiu de novo. Alguns anos depois, fez outra série. Um troço chamado Breaking Bad, que começou pequena, foi conquistando fãs com a sua qualidade e hoje é um fenômeno.
Breaking Bad rendeu a Cranston mil e uma indicações de melhor ator de série dramática e reconhecimento de mercado. Um reconhecimento tão grande que ele pode agora escolher seus projetos.
Agora imaginem vinte anos para fazer alguma coisa com repercussão verdadeira e mais dez para ter algum poder na profissão. Vinte anos explicando que seu trabalho é ser ator, sem poder dizer o que faz, talvez passando dificuldades porque de vez em quando não entra dinheiro. Ainda mais considerando que ele começou na casa dos vinte anos, que é uma fase na qual ainda estamos nos encontrando. Ele provavelmente não imaginava que estaria em sua melhor fase somente trinta anos depois.
Fascinante, não?
GERÔNIMOOOOO…
Aquela velha onda. 